Oficina de Almir Maldonado, no interior de São Paulo, restaura e exporta as peruas Volkswagen para o mundo inteiro
A AJM Funilaria fica na pequena Reginópolis, cidade com cerca de 10 mil habitantes na região de Bauru, interior de SP. De lá saem Kombis perfeitamente restauradas para suprir o mercado de colecionismo deste utilitário icônico da Volkswagen, para o mundo inteiro.
O modelo que chegou no Brasil junto com o Fusca, em 1950 (montada no regime de CKD) e fabricado até 2013, até poucos anos era facilmente encontrado ainda na labuta em feiras livres, comércios de bairro ou fazendo fretes. Hoje as Kombis fabricadas até 1975 (‘Corujinhas’) atingem facilmente cifras superiores a R$ 100 mil, dependendo da versão e do nível da restauração.
À frente da AJM, Almir Maldonado descobriu esse nicho de mercado meio por acaso em 2013 e hoje tem clientes na Europa, Estados Unidos, Japão, Austrália e Nova Zelândia. É o que ele conta nesse reportagem da TV Record.
Em virtude da Pandemia do Covid-19, o Clube Amigos do Antigo de Teresópolis, resolve, com o entendimento e aprovação da Federação Brasileira de Veículos Antigos (FBVA), cancelar o evento Máster do Estado do Rio de Janeiro, que seria realizado em setembro próximo, na cidade serrana de Teresópolis, sob a execução do referido Clube.
O Clube Amigos do Antigo de Teresópolis se declara muito triste pelo comunicado, mas certo de uma tomada de decisão responsável, respeitosa e coerente com todos os seus associados, amigos antigomobilistas, colaboradores, autoridades e público.
Precisamos vencer esta batalha que nos assola neste momento e, sendo assim, nos declinamos no momento correto, pois as incertezas em todos os aspectos são enormes.
Certos da compreensão de todos, nos colocamos à disposição de todos, para dirimir quaisquer dúvidas.
Desejamos dias melhores para todos. Juntos somos fortes, até 2021!
04 a 07 de setembro de 2020 – Sexta-feira a Segunda-feira
Iniciativa irá lembrar 80 significativos modelos produzidos em todo o mundo
A FIVA acaba de lançar o World Touring 80 Cars nas Redes Sociais. Com essa inciativa a entidade máxima do antigomobilismo mundial pretende homenagear 80 significativos carros produzidos ao redor do mundo em todos os tempos. A hashtag é #worldtourin80cars.
E como modelo de estreia, a FIVA escolheu o Chevrolet Opala, modelo desenvolvido e fabricado exclusivamente no Brasil, tendo como base o alemão Opel Rekord C. Lançado em 1968, o Opala teve vida longa, sendo fabricado até 1992. E conforme lembrou a FIVA em sua postagem no Facebook “é o segundo modelo mais amado do Brasil”. De fato, se levarmos em conta o número de clubes dedicados a ele, o Opala só perde mesmo para o Fusca.
Para ilustrar sua homenagem, a FIVA usou fotos da cobertura que publicamos, do encontro em comemoração aos 50 Anos do Opala, que aconteceu no dia 4 de abril de 2018, no Sam’s Clube, em Niterói-RJ. O evento que reuniu nada menos que 130 Opalas, dos mais variados anos e versões, formando uma bela linha do tempo, foi uma bem sucedida parceria entre o Nictheroy Clube de Veículos Antigos e o Opala Clube Rio de Janeiro.
Atendendo as normas da Organização Mundial da Saúde(OMS), viemos através deste comunicado informar que o 6º Encontro de Carros Antigos de Picada Café que iria ocorrer no dia 05/07 foi ADIADO.
Devido ao cenário atual que estamos vivendo queremos preservar a vida e bem estar de todos, e também pelo decreto estabelecido pelo nosso Estado.
Viemos nos pronunciar somente agora, pois estávamos confiantes que toda essa situação viesse a melhorar. Quando tudo se normalizar estaremos divulgando uma nova data a ser definida junto com a prefeitura de Picada Café.
Clube Carros Antigos Encosta da Serra RS
05 de julho de 2020 – Domingo
Parque Histórico Jorge Kuhn
*As informações aqui publicadas são de inteira responsabilidade dos organizadores do evento. O Portal Maxicar apenas as divulga.
Disponível para o Opala e Caravan, a luxuosa forração Château, vinho, era puro estilo, mas foi um fracasso de vendas. Hoje é o sonho de qualquer colecionador
O Opala Château foi uma versão de revestimento interno, opcional, oferecida pela General Motors, entre 1978 e 1979 na linha Opala/Caravan e caracterizada pelo uso da cor vinho na forração.
Fruto da nacionalização do Opel Comodore 2 portas e Rekord 4 portas 1966, o GM Opala tinha um desenho conservador para os fins de 1970, mas a fama e diversas reestilizações, o mantinham em alta, nas versões: “Opala” (Standard), “Opala de Luxo”, “Opala Comodoro” e “Opala SS” (este apenas com 2 portas). A perua Caravan também seguia as mesmas linhas, sempre 2 portas.
Linha Opala 78, com o novo acabamento Château (Divulgação GM)
Entre as novidades da linha 1978, que produziria o 500.000º Opala, a GM apresentou a opção Château, de revestimento interno em veludo vinho. Bonito e sofisticado, seria uma alegre alternativa ao preto e ao marrom, disponíveis para as linhas Luxo e Comodoro.
Origem do nome
O “Château” não era uma versão do Opala propriamente, mas sim uma opção de acabamento. E qualquer Opala ou Caravan 1978/79 com interior vinho é um Château. Inclusive, o apelido foi criado informalmente pelo marketing da GM, já que Château em francês (se pronuncia ‘chatô’) significa castelo e designa as propriedades vinícolas de Bordeaux (França) que produzem alguns dos vinhos mais qualificados do mundo.
A GM tinha boas expectativas para a opção vinho, comum no exterior. Aliás, opções de interior colorido já estiveram disponíveis, em versões anteriores do Opala, como a Especial e Gran Luxo, com relativo sucesso. Porém, os tempos haviam mudado e a opção Château logo se transformaria numa mosca branca, como veremos a seguir.
Opala e Caravan Comodoro
Frente do Opala Comodoro 78 (Facebook Pastore Car Collection)
Topo da linha GM, a carroceria do Opala Comodoro não se alterava com a opção Château. Sua frente era marcada pelo vasto capô horizontal, com o nome CHEVROLET escrito em letras metálicas, na borda externa.
Os faróis circulares ficavam numa moldura quadrada, da cor da carroceria, junto às setas alaranjadas. A grade do radiador, formada por quatro retângulos pretos com bordas prateadas, tinha um friso cruciforme, na cor do carro. O para-choque, em lâmina cromada, opcionalmente, vinha com friso de borracha, garras e faróis de milha.
Carroceria
Carroceria do Opala coupé 2p e sedã 4p, ambos na versão Comodoro 1978 (Facebook Pastore Car Collection e Garage T7)
Na versão coupé 2 portas, a larga coluna traseira descia suavemente com o vidro traseiro inclinado, no estilo fastback, emendava na tampa do porta-malas e terminava no painel traseiro. Um emblema circular “C”, na coluna, identificava o pedigree do carro, complementado por duas plaquetas “Comodoro”, nos para-lamas.
Havia um meio teto em vinil “Las Vegas”, nos tons preto, branco ou bege, de acordo com a cor do carro. Opcional, assim como um friso inox que emoldurava os para-lamas e a caixa de ar, complementando um segundo friso adesivo, que percorria a carroceria, na altura da maçaneta.
Já no sedã 4 portas, a curva da carroceria era menos acentuada, abrindo espaço para as portas traseiras. O teto em vinil inteiro também era opcional. As rodas 14 eram pretas, cobertas por uma grande calota cromada com sobrearos, tendo o logo GM ao centro.
Traseira do Opala Comodoro 1978 (Facebook Pastore Car Collection)
Na traseira, as lanternas seguiam o icônico estilo “Impala” circular, duas de cada lado. Ao centro, ficava a tampa do tanque, escrito “Comodoro” e a fechadura do porta-malas. Um friso cromado circundava o conjunto, arrematado pelo para-choque traseiro, de lâmina cromada.
Havia 12 cores disponíveis de carroceria, entre sólidas e metálicas. As mais escolhidas, para harmonizar com acabamento Chatêau, eram: “Branco Everest”, “Prata Inca”, “Bege Areia” e o icônico “Vermelho Vinho” que deixava o carro praticamente monocromático.
Suntuosa Caravan Comodoro 1978 (Divulgação GM)
A perua Caravan, embora 2 portas, seguia as linhas gerais do Opala sedã. Lateralmente, era possível ver sua silhueta, desenhada na traseira fechada, a partir da coluna C, pela carroceria Station Wagon.
Beleza interior
Painel de instrumentos (Facebook Pastore Car Collection)
Apesar da proposta Château, o interior não era monocromático. O painel de instrumentos, preto, era dividido na metade: à direita, ocupada pela tampa do porta-luvas e à esquerda, revestida de plástico simulando jacarandá, tinha três grandes mostradores de ponteiros laranja: agregado de temperatura/nível de combustível/luzes espias; relógio de horas no centro; e à direita, velocímetro.
Opcionalmente, poderia ser incluído um conta-giros no lado esquerdo. Os marcadores de temperatura e gasolina iam para o centro e o relógio para o console. Ao lado dos mostradores, estavam os principais comandos, em grupos de duas teclas. Mais ao centro, os controles da ventilação, acima do rádio e do cinzeiro.
O volante bumerangue, preto, tinha almofada central com acionamento da buzina e a identificação “Comodoro”. O câmbio poderia ficar na coluna da direção, no caso da caixa de 3 marchas, ou no túnel central, junto ao porta objetos preto, no caso da 4 marchas.
A extensa lista de opcionais incluía direção hidráulica, ar-condicionado, rádios AM/FM e vidros verdes.
A alma do Opala Château eram os bancos inteiriços, forrados de veludo cotelê vinho, costurado com viés, em seis grandes gomos, no assento, e em “U” no encosto. E courvin vinho, nos lados e parte de trás.
Nas unidades com câmbio no chão, os bancos eram individuais, reclináveis e com apoia-cabeça, integrados (opcional).
As portas tinham ombreiras em courvin vinho. Um aplique em “J”, imitando jacarandá, abrigava a maçaneta. Um pouco abaixo, ficava um pequeno puxador e a manivela do vidro. Um enxerto de veludo, costurado em nove gomos, ficava ao centro e, no pé da porta, havia uma faixa de feltro vinho, com sinaleira de abertura.
O banco traseiro, seguia o esquema do dianteiro, assim como as laterais traseiras. Espessos carpetes vinho revestiam o assoalho, confortáveis e silenciosos, combinando com os cintos de segurança abdominais, também Château.
Essa mesma disposição de interior, estava presente nas Caravans Comodoro Château, acrescida do vasto porta-mala de 774 litros (ou 1.460 quando o banco traseiro rebatia), forrado também em vinho.
Opala e Caravan de Luxo
Opala e Caravan de Luxo 1978 (Foto: clubedoopaladehorto.blogspot)
Por fora, a versão Opala de Luxo se diferenciava do Opala Comodoro, apenas o suficiente para mudar o nome. Faróis, grade, para-choque, frisos e demais itens continuavam os mesmos. Mas, as molduras dos faróis eram cinza, o logo Chevrolet manuscrito, ficava na esquerda do capô, não havia friso traseiro e o carro tinha a identificação “Opala (ou Caravan) de Luxo” nos para-lamas.
Luxo Château
A principal mudança aparecia no interior. O padrão Château se repetia, mas sem veludo nem apliques de jacarandá/carpete nas laterais da porta.
Padrão Château exclusivo do Opala/Caravan de Luxo 1978 (Foto: Fórum Opaleiros do Paraná)
Os bancos, dianteiro e traseiro eram forrados em cotelê vinho, desenhando gomos horizontais, em toda área de contato, com apliques de courvin nas extremidades. O efeito geral era mais simples, embora tão agradável quanto o Comodoro.
Mecânica
Motores de 4 cilindros (esq.) e seis (dir.) este na versão “S” (Foto: Revista 4 Rodas)
A motorização, em todos os modelos, ficava por conta dos conhecidos motores “151” de 2.474cc e “250” de 4.100cc com quatro e seis cilindros. Rendendo 90 cv (16,5 kgfm) e 148cv (22,8 kgfm) respectivamente.
O pacote “S”, da linha esportiva SS, também estava disponível como opcional, tendo 98cv (18,6 kgfm) no motor de 4 cilindros (de série no Comodoro) e 171 cv (28,8 kgfm), no de 6.
Com três transmissões possíveis, mecânica de três ou quatro marchas, e automática de quatro, rendiam 150 km/h (4 cil.) e 165 km/h (6 cil.) ou 160 km/h e 174 km/h na série “S”. A Caravan, um pouco mais pesada, (1264 kg contra 1122 kg do Opala) tinha uma final, em média, 10 km/h menor.
A suspensão, de molas helicoidais, dianteira independente e traseira de eixo rígido, era um conjunto funcional, mas tinha suas limitações numa direção esportiva, assim como os freios a disco ventilado na dianteira e tambor traseiro.
A sombra do Diplomata
Em 1979, com a iminente chegada do novo top GM — o Diplomata — a linha Opala/Caravan foi remanejada. A opção “Luxo” foi extinta e o Comodoro desceu para posição intermediária, perdendo requintes, mas mantendo a opção Château de revestimento.
Por outro lado, a versão Opala (Standard) ficou mais refinada e ganhou a opção Château, estendida também ao Chevette SL.
Comodoro Château safra 1979
Nova linha Comodoro, mais discreta (Foto: Facebook Pastore Car Collection)
A carroceria do Opala Comodoro em 1979 teve poucas mudanças: a moldura dos faróis passou para cinza, o friso traseiro desapareceu e o nome Chevrolet foi para esquerda do capô, deixando-o bem semelhante ao extinto Luxo. Já os retrovisores, antes redondos, passaram a ser o do Chevette, quadrados.
As novas rodas de ferro simples “repolho”, eram pintadas de alumínio e não tinham calotas, opcionais.
O motor 151 básico, com um carburador de duplo estágio, para maior economia, se tornou padrão, no lugar do 151“S”
Novo interior Comodoro Chateau, mais simples e monocromático (Foto: Facebook Pastore Car Collection)
Por dentro, desapareceram os apliques de jacarandá, porém o volante, painel e console se tornaram vinhos, unificando o interior Château e criando um belo efeito monocromático.
Os bancos passaram a ser estofados com veludo cotelê, riscado, costurado em quatro gomos horizontais e o console foi remodelado, para abrigar a nova posição do freio de mão, antes localizado no painel.
Opala (Standard) Château, safra 79
Opala (Standard) à frente e Opala Comodoro ao fundo, quase iguais. A Caravan (Standard) também seguiu a mudança. (Foto divulgação GM e 4 Rodas Março de 1979)
Seguindo a lógica anterior, a carroceria Standard se diferenciava da Comodoro pela grade de borda única, ausência de frisos e emblemas.
Interior Château de um Opala Standard (Fotos: Facebook Cesar Rosa Bispo e Mercado Livre)
No interior “Standard” Château, aparecia o mesmo cotelê vinho riscado, do Comodoro, com costura de gomos verticais. A lateral das portas mantinha o desenho geral, mas toda em courvin vinho.
Novamente, era difícil perceber as diferenças de um Opala (Standart) para o Opala Comodoro, por conta do estilo e a diversidade de acessórios.
O vinho virou vinagre
No Brasil dos fins de 1970, comprar um automóvel 0km (ainda mais um Opala), era —ainda é — um alto investimento, para a maioria das pessoas e o momento econômico não ajudava. Assim, a escolha envolvia todos os detalhes, incluindo a desvalorização na revenda.
Um ponto crucial, que ficava em cheque, com o interior Château. Apesar da boa divulgação, as vendas foram muito fracas. Logo, em 1980, com a nova geração Opala, a opção foi discretamente suprimida. Não é possível saber quantas unidades foram produzidas pela falta de registros oficiais.
No mercado dos seminovos, os exemplares Château sofreram com o preconceito de mau gosto na época. Vários foram descaracterizados para forração preta, então a preferida, reduzindo ainda mais o número dos sobreviventes.
Em 1988, a GM tornou a oferecer o interior vinho Château, na linha Opala e Monza. Segundo fracasso, que levou a montadora a retirá-lo em definitivo, dando origem a outra família de “moscas brancas”, assunto futuro.
Enquanto isso, o Opala, prosseguia em sua brilhante carreira, num mercado cada vez mais carente, até completar um milhão de unidades e sair de linha em 1992, com a série final Diplomata Collectors.
O tempo faz o vinho
Com o fim da produção, o Opala, logo assumiu o status de clássico nacional e como acontece nesses casos a lógica se inverteu, e são justamente os exemplares menos comuns, os mais valorizados.
Mesmo em estágio terminal, o interior Château desse Comodoro 1978 o torna forte candidato à restauração (Foto Facebook Opala Clube-Brasil)
Assim, o Opala Château é parte dos sonhos da maioria dos colecionadores brasileiros, pela nobreza e o estilo marcante que o acabamento vinho proporciona. Os poucos exemplares originais, remanescentes, tem grande destaque nos encontros, visto que as restaurações são dificílimas. Mostrando que em matéria de design, assim como de vinhos, o tempo é sempre o melhor juiz.
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Incidente aconteceu na tarde desta quarta-feira, em Teresópolis, Região Serrana do Rio
Um incêndio destruiu uma oficina mecânica no bairro São Pedro, em Teresópolis-RJ, na tarde desta quarta-feira, 24 de junho.
De acordo com o portal de notícias G1, apesar da gravidade do incidente, ninguém se feriu gravemente. Apenas um mecânico teve que ser levado ao pronto-socorro, por inalação de fumaça.
Entre os 19 automóveis destruídos pelo fogo, é possível identificar nas fotos divulgadas pelo perfil do Amigos do Opala RJ no Twitter pelos menos quatro Opalas — um deles com características da rara versão esportiva SS — além de uma pick-up Chevy 500.
Segundo o Corpo de Bombeiros, o fogo não atingiu seriamente o sobrado que fica encima da oficina, tendo sido queimada apenas a fachada. Ainda segundo os Bombeiros, o incêndio começou em um dos carros e se alastrou rapidamente, sendo impossível para os mecânicos conter as chamas.
Hoje, 24 de junho de 2020, a italiana Alfa Romeo está comemorando seu 110º aniversário. Uma marca carismática com uma legião de fãs em todo o mundo, inclusive no Brasil.
Conheça um pouco de sua história, nesse vídeo comemorativo produzido pela Alfa Romeo USA. Não esqueça de ativar as legendas em português.
Além do Opala/E e de outros Chevrolets, a Envemo foi a responsável pelo Super 90, uma das mais perfeitas réplicas do Porsche 356 C
A Engenharia de Veículos e Motores Ltda — Envemo — nasceu em São Paulo em 1966. No início era uma preparadora dos motores boxer Volkswagen, fornecendo kits de 1.600, 1.700 e 1.800 cm3 para os motores originalmente 1.300, que acabavam de estrear na linha VW aqui no Brasil. Tendo ninguém menos que o piloto Chico Landi em sua equipe técnica, conseguiam ‘tirar leite de pedra’, ampliando a potência original de 38 para até 100 cv.
Em 1969, mudança de foco: com o lançamento do Opala no ano anterior, a Envemo lança uma versão customizada do modelo, o Opala/E. A partir de então nasceu uma série de versões especiais de modelos da Chevrolet, como você vai ver a seguir.
Mas o mais famoso veículo Envemo é sem dúvida o Super 90, a réplica do icônico Porsche 356 C, considerada uma das melhores do mundo, elogiada inclusive pela própria Porsche.
Adquirida em 1983 pela Engesa, no anos 1990 a Envemo se aventuraria ainda na fabricação de uma pioneira SUV: a Camper. Com a abertura do mercado para automóveis importados no Governo Collor, em 1994 a Engesa decretou falência, levando junto a sua subsidiária.
Opala/E
Lançado em 1969, quando o sedan de 4 portas era a única versão disponível do Opala, o ‘E’ era um kit que modificava não apenas seu visual, mas aumentava também sua potência. A versão de 6 cilindros rendia 170cv. O câmbio passava para o assoalho e ganhava uma marcha extra. O freio dianteiro era a disco e a suspensão traseira contava com uma barra estabilizadora. Dependendo do ano, visualmente o Opala padrão ganhava novas rodas, nova grade, dois faróis extras, lanternas traseiras envolventes, spoilers, alargadores de paralamas e novos emblemas. No interior, bancos reclináveis individuais, console, volante esportivo e instrumentos extras no painel. A Envemo recebia os carros 0 km diretamente da GM e eles eram preparados e vendidos nas concessionárias Chevrolet.
Chevette Envemo
Em 1974 chegava o Chevette Envemo, mantendo a mecânica original, ele ganhava uma estranha grade retangular com cantos arredondados, que avançava sobre o parachoque, que passava a ser dividido em duas seções. Rodas esportivas ‘cruz de malta’ e emblemas exclusivos faziam parte do novo visual externo desse Chevette. Internamente, bancos altos reclináveis mais anatômicos que os baixos e finos originais, volante esportivo e console com instrumentos adicionais.
Chevette Minuano
Essa versão do Chevette ganhou alterações significativas. A carroceria original foi transformada em targa, cuja inspiração foi uma versão alemã do nosso pequeno Chevrolet: o Opel Kadett Aero. Apresentado no Salão do Automóvel de 1976, o Minuano contava com uma cobertura plástica removível na parte dianteira do teto e de lona na parte traseira. O restante do visual externo permanecia igual, exceto pelas rodas de magnésio e parachoques mais salientes. O motor passou de 1.4 para 1.6.
Envemo Super 90
A mais admirada réplica do esportivo alemão Porsche 356 C 1964 chegava em 1979. Inicialmente apenas na versão Coupê e no ano seguinte também Cabriolet, o Super 90 utilizava o chassi encurtado da Brasília com motor VW a ar 1.600 com dupla carburação. Com carroceria em fibra de vidro de alta qualidade e capricho nos detalhes de acabamento — que incluíam até alguns itens originais Porsche — o Envemo Super 90 é considerado uma das melhores réplicas do 356 C do mundo. Fabricado durante somente quatro anos, teve tiragem pequena: cerca de 200, somadas as duas versões. Foi muito exportado e atualmente é extremamente valorizado no mercado brasileiro e internacional de carros clássicos.
Chevrolet C10 El Paso
Uma versão Envemo da pick-up Chevrolet C10 foi lançada em 1982 e batizada de El Paso. Contava com uma série de exclusividades, entre elas a caçamba retro ‘step side’, grade especial com faróis duplos, sombrero no vidro traseiro, para-choques mais ‘parrudos’ com quebra-mato dianteiro, santantônio e estepe preso por suporte externo. Internamente, três bancos individuais e console de teto com sistema de som.
Monza Conversível
Lançado em 1985, a versão conversível do Monza poderia vir com grade convencional padrão GM ou com frente visual ‘Plus’, criada pela Envemo em 1983 e que emprestava ao sedan Chevrolet um visual mais agressivo, ao estilo do esportivo americano Pontiac Trans Am. Em algumas propagandas da época, ele é chamado de Tropical.
Monza SW
A Envemo batizou de Camping a sua bem resolvida versão Station Wagon do Monza, lançada na mesma época do conversível. O acabamento era muito bom e o modelo poderia muito bem ter sido produzido pela própria Chevrolet.
Fusca Baja
Lançado também na década de 1980, o Kit Buggy Baja era composto por diversos itens, que transformavam o Fusca numa espécie de off-road, valorizando essa vocação natural do VW. Usando as furações originais da carroceria, eram trocados os quatro paralamas, o capô e a saia dianteiras por peças em fibra de vidro, o que permitia a adaptação de rodas e pneus maiores. O Fusca ganhava também novos faróis, lanternas, para-choques e estribos tubulares.
Utilitários Especiais
Em 1985 a Envemo lançava uma linha de utilitários especiais baseados na nova linha Chevrolet de Pick-ups: as Séries 10 e 20. Batizadas de Step Side, Júnior e Sênior, as três pick-ups tinham cabine simples e dupla, respectivamente. Já a Master e a Blazer (nada a ver com a Blazer da GM lançada aqui em 1995) eram furgões de passageiros, precursores das SUVs. Havia ainda uma curiosa versão conversível da Blazer. Três anos, depois a própria Chevrolet passaria a fabricar modelos similares: Bonanza e Veraneio, que até então eram produzidas pela Brasinca, uma concorrente direta da Envemo no segmento.
A Envemo produziu kits também para a linha F100 da Ford.
Camper
Também em 1988 a Envemo apresentou uma nova SUV, cujo design era baseado no grande sucesso internacional Jeep Cherokee. Com chassi do jipão Engesa 4, era considerado muito bem acabado e tinha detalhes de outros modelos nacionais, como o painel do Opala e faróis e lanternas do Fiat Uno. Teve versões de duas e quatro portas; 4X2 e 4X4. A mecânica era a Chevrolet a gasolina ou a álcool de 4 e 6 cilindros; também a diesel Perkins 3.9L.
Texto e edição: Fernando Barenco
Fotos: propagandas de época e testes da revista 4 Rodas